
Despedidas são sempre dolorosas e uma saga tão marcante quanto Star Wars não foi diferente. Em 1985, quando o Episódio VI saiu nos cinemas, muitas gente achou que a saga tinha acabado. E mesmo anos mais tarde, com o lançamento da nova trilogia, ainda não sabíamos o que havia acontecido após a Batalha de Endor.
Quando uma nova trilogia, iniciada pelo Episódio VII: O Despertar da Força, foi anunciada, as opiniões divergiram bastante: muita gente se animou muito e muita gente odiou, principalmente por essa trilogia ser produzida pela Disney. Eu fui uma daquelas que ficou animada por ter material novo de SW, mas que só vai emitir uma opinião de verdade depois de ir no cinema amanhã. De qualquer forma, um buraco ainda fica entre episódios VI e VII, aí é que entra Marcas da Guerra.
O livro, que foi publicado no mês passado, chegou causando uma comoção das grandes. Parte desse rebuliço todo se deve ao fato de que após a aquisição da Lucasfilm pela Disney, a empresa resolveu modificar todo o Universo Expandido, que continha histórias antes e principalmente depois dos filmes. A maior parte dessas histórias já existia em diversas mídias há bastante tempo, como por exemplo o livro Herdeiros do Império. Mas a Disney decidiu apagar tudo e fazer uma história totalmente nova e tudo que havia antes é rotulado como lenda (legends). Marcas da Guerra faz parte desse novo UE e daí a birra de muitos fãs mais antigos.
Como eu disse, o livro tem início seis meses após a batalha na lua de Endor, onde a Aliança Rebelde destruiu a segunda Estrela da Morte e o Imperador Palpatine foi morto, assim como o Lord Sith Darth Vader. Com a Nova República instaurada, o novo desafio é instaurar a paz na galáxia e acabar com o caos causado pela queda do Império. Mas, apesar de enfraquecido, o Império está longe de estar acabado, e fará de tudo para retomar o poder.
Acompanhamos então o Capitão Wedge Antilles, que sabe da situação e parte para uma missão aos planetas do Anel Exterior procurando pela resistência imperial. O que ele não esperava era se deparar com uma reunião dos principais líderes imperiais no planeta Akiva.
O piloto é capturado, mas não sem antes enviar uma mensagem de aviso, que é interceptada por Norra Wexley (uma piloto da Aliança Rebelde), que voltava à Akiva para encontrar seu filho, Temmin. O filho de Norra que tem uma loja de peças contrabandeadas em Akira e não aceita o fato de sua mãe tê-lo abandonado para se unir à causa rebelde.
Além deles, somos também apresentados à caçadora de recompensas Jas Emari, que tem como missão capturar ou matar os líderes imperiais reunidos no planeta e ao ex-oficial imperial Sinjir Rath Velus, que desertou após a Batalha de Endor e que ainda não sabe muito bem de que lado está.
Esses são os quatro personagens que nos acompanham por toda a história e que, juntamente com Mr. Bones, o dróide de Temmin (nem perto de ser tão marcante quanto R2-D2 ou C-3PO), se juntam para salvar o Capitão Antilles, capturar os líderes imperiais e impedir que eles se reunifiquem e se fortaleçam.
Não gostei muito dos personagens que representaram a Aliança Rebelde, já no lado do Império, preciso destacar a Almirante Rae Sloane, que aparece também em Um Novo Amanhecer. Ela é a arquiteta dessa importante reunião entre as principais lideranças para decidir o melhor caminho para a retomada do poder. A narrativa dela é a mais empolgante e interessante, adorei ver ela precisando lidar com os outros imperiais, por exemplo o repulsivo Grão-Moff Pandion. Além disso, ela é um belo exemplo de Imperial que não é exatamente um vilão.
Essa é uma lição que devemos aprender. Os imperiais são como a gente.
A história segue a receita dos primeiros filmes, com cenas abarrotadas de perseguições de com TIE Fighters e Speeder Bikes. As cenas são descritas de uma forma super especial, digna de se imaginar a ação toda acontecendo nas telas do cinema. Um ponto muito positivo da história foi que, além da trama principal, o livro é cheio de interlúdios curtinhos que mostram a situação de diversos planetas, como Tattooine e Naboo. O mais interessante de todos eles é o que mostra de Han Solo e Chewbacca partindo em uma missão para libertar um planeta do domínio imperial. Minha dica é prestar bastante atenção nesses trechinhos, eles estão recheados de easter eggs!
Apesar de ser um livro interessante, Marcas da Guerra é bastante superficial e chega a ser difícil de acreditar que uma obra tão fraca possa substituir grandes títulos, como por exemplo a incrível série X-Wing (de Michael Stackpole e Aaron Allston) que agora se tornou Legend. Estava ansiosa para ler por conta do lançamento de O Despertar da Força, mas como ele é só o primeiro dessa trilogia que faz o link entre Retorno de Jedi e o novo filme, adiantou muito pouco ler com tanta pressa.
Pressa mesmo foi o que a Editora Aleph teve ao lançar esse livro, mas não é por menos, afinal os fãs inundaram as páginas da editora assim que Marcas da Guerra foi lançado nos EUA. A editora montou uma verdadeira força tarefa para fazer o livro sair antes do filme, com direito a dois tradutores (André Gordirro e Guilherme Kroll), mas mesmo com dois tradutores diferentes a tradução ficou muito boa e coerente. Marcas da Guerra é leve e divertido, mas se comparado com outros livros do UE deixa muito a desejar.
E vocês, já leram algo desse novo Universo Expandido? Estão ansiosos para o lançamento do novo filme? Amanhã eu e o Pedro vamos conferir O Despertar da Força e logo menos tem review do filme aqui no NerdSide.
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