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#MaratonaDameBlanche | Resenha da trilogia As Estações, da Anna Fagundes Martino


Começando nossa #MaratonaDameBlanche temos a trilogia As Estações, da Anna Fagundes Martino! Os três títulos já apareceram separadamente aqui no blog e no Instagram, mas agora que temos a história completinha, achei que seria legal colocá-los juntinhos nesse post para apresentar a quem ainda não conhece. 

#1 - A Casa de Vidro

Fonte: Dame Blanche
A Casa de Vidro é o primeiro volume da trilogia As Estações e está disponível gratuitamente na Amazon, ou seja, dá para ler de graça no seu Kindle, pelo aplicativo do celular e até mesmo no computador, pelo Amazon Cloud Reader. 

A noveleta acompanha a protagonista Eleanor em dois períodos diferentes de sua vida: em 1868, quando ainda era uma adolescente; e depois em 1910, já mais velha, quando recebe a visita da jovem Stella, uma criatura estranha que a faz lembrar de Sebastian, o jardineiro sobrenatural que trabalhou para seu pai durante a juventude. 

Sebastian, além do dom sobrenatural com as plantas, deixando um rastro verde por onde passa, também tem pouco ou nenhum jeito para as normas sociais da época. Enquanto era visto como um demônio pela maioria dos empregados da casa, o jardineiro desperta o interesse e fascínio da jovem Eleanor.

É conforme a própria personagem descobre os mistérios de Sebastian e seu povo que nós leitores passamos a entender um pouco mais sobre as suas origens. Pra mim ficou claro que a intenção da autora era explorar a forma como as relações humanas podem ser estranhas para quem vê do outro lado  são vários os pontos em que Sebastian questiona as diferenças de gênero existentes e as normas sociais do povo de cá. Muita coisa fica subentendida, escrita nas entrelinhas. E  quando se fala com tanta sensibilidade sobre sentimentos, acho que as explicações podem ficar um pouco de lado.

Regras demais. Esse mundo de vocês tem regras demais. Como vocês dão conta de lembrar de tudo?

Fonte: For 91 Days no Giphy

#2 - Um Berço de Heras

Fonte: Dame Blanche
O segundo volume da série As Estações está disponível por apenas R$7,99 na Amazon ou gratuitamente na assinatura do Kindle Unlimited. 

Se em A Casa de Vidro, a personagem de Stella acaba sendo só pano de fundo para o desenvolvimento de Eleanor e Sebastian, aqui ela assume o protagonismo de forma brilhante. Foi muito legal acompanhar a mudança de gerações e conhecer um pouco mais sobre Stella, que apesar de ser tão estranha quanto Sebastian, tem uma personalidade forte e muito única. 

Em Um Berço de Heras somos apresentados a Éamonn Delaney, um misterioso prisioneiro que faz nascer flores em sua cela de concreto. O caso de misterioso toma proporções tão grandes que vai parar nos jornais, chegando ao conhecimento de Stella e logo descobrimos que ele e criatura feérica tiveram algum tipo de ligação no passado. 

A escrita de Anna continua tendo um toque poético e cheio de sensibilidade que torna tudo tão delicioso de ler. Além disso, começam a surgir temas mais complexos, como a guerra, que tiram um pouco da leveza existente no primeiro volume, mas também acrescentam algo a mais à história. A nova temática também deixa muito evidente todo o trabalho de pesquisa que foi feito pela autora, enriquecendo ainda mais a obra. 


Era o equivalente a um jardim botânico transferido para dentro de um armário de vassouras. O carcereiro se persignou outra vez, mãos trêmulas; Nigel Hastings deu um passo para trás, tão pálido que Mark quase ergueu o braço para apoiá-lo. O perfume vindo da cela derrubaria uma pessoa mais fraca: era mais forte que dez estufas, do que mil florestas.

Fonte: Kle0012 no DeviantArt

#3 - Os Filhos do Pôr-do-Sol

Fonte: Dame Blanche
O terceiro e último volume desse mundo mágico criado pela Anna também está disponível na Amazon por R$7,99. 

Pra me matar ainda mais de ansiedade, a Anna havia me enviado uma cartinha no ano passado contando como o entretenimento botânico terminaria. O livro foi lançado em Maio desse ano e chegou um pouquinho antes aqui no meu e-reader por cortesia da autora, por isso rolou um primeiras impressões bem legal lá no Instagram. 

Posso dizer tranquilamente que Os Filhos do Pôr-do-Sol é o meu favorito da série. Talvez por abordar temas mais complexos, coisa que já vinha acontecendo desde o segundo volume, ou por deixar um pouco de lado o romance para dar destaque para as dores da guerra. A verdade é que eu já li e reli essa um milhão de vezes e não canso de me apaixonar pela história. 

No início somos apresentados a Marjorie Claire, uma famosa escritora de fantasia que teve seus livros sobre jardineiros mágicos adaptados pela BBC. O sucesso de vendas fez com que Amaranthe Hall se tornasse ponto turístico, realidade muito diferente daquela que a propriedade viveu alguns anos antes, em 1947, quando se tornou casa de repouso para ex-combatentes destruídos pela guerra. É nesse cenário que se passa grande parte da história, que acompanha Éamonn Dalaney e seus dois filhos, Stíofan e Seaghán. Além disso, temos outras duas novas personagens: Millie, uma jovem alegre que trabalha em Amaranthe Hall e se vê encantada pela beleza inexplicável das plantas do local; e Margaret, uma noviça temente a Deus que se vê ao mesmo tempo surpresa e assustada com algo tão misterioso. Para ela, algo tão poderoso não poderia vir de Deus. 

Esse novo elemento religioso casa muito bem com as discussões sobre o natural e o sobrenatural, que já existiam nos livros anteriores. No primeiro volume vemos o choque de Sebastian com as regras de convívio social dos humanos; no segundo o tema da guerra começa a surgir e somos levados a pensar sobre perdas e arrependimento; enquanto no terceiro temaos uma bela mensagem sobre a capacidade humana de se reconstruir a partir da conexão e aceitação do outro. 

Os jardins de Amaranthe Hall pareciam tanto com um paraíso terreno que ele precisou se sentar para recuperar o fôlego.
— Como isso aconteceu? — O funcionário olhou para Éamonn.
— Magia. — O jardineiro deu de ombros. — Magia e amor.
O funcionário franziu a testa, achando que estava lidando com mais um irlandês metido a poeta. Éamonn, porém, olhou para seus filhos e piscou um olho. Ele tinha dito a verdade. Uma pena que ninguém acreditaria.

A escrita da Anna é tão convincente, que eu não duvidaria nem por um segundo se ela me dissesse que Amaranthe Hall e os seres feéricos que a habitam são reais.

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Anna Fagundes Martino é escritora. Nascida em São Paulo em 1981, é mestre em Relações Internacionais pela University of East Anglia (Inglaterra). Teve trabalhos já publicados em revistas como a britânica "Litro" e interpretados na Radio BBC World. "A Casa de Vidro" é sua primeira noveleta em português. 

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