
Sinopse: Justin está voltando para casa, afinal é Natal. Ele e suas irmãs, Cheryl e Brooke, nasceram e cresceram em Amberline, de onde cada um partiu por seus motivos, pretendendo não retornar. Mas agora estão ali para o feriado, uma data que todos tentavam evitar, e entre mágoas antigas e novas, algo mais grotesco e perigoso se insinua pela pequena cidade, ameaçando a pouca estabilidade que resta à família.Foi ainda em clima de natal que me deparei com a novela Especial Natalino, da Clara Madrigano (Editora Draco, 2014). Pra quem não se lembra, eu resenhei um conto da autora, Toca das Fadas, aqui. E o mais importante: eu simplesmente me apaixonei por ela e sua escrita. A Clara tem esse talento para transformar coisas que deveriam ter finais felizes em verdadeiros pesadelos, ou como ela mesma diz: “Porque o que é belo também pode nos dar medo”.
Especial Natalino é uma novela de terror ambientada em Amberline, EUA. Sei que parece estranho uma autora nacional escrever um estória que não se passa no Brasil, mas, outra vez, preciso elogiar a escritora. A descrição tanto dos lugares, quanto dos próprios costumes deixam transparecer que ou ela fez uma boa pesquisa, ou já passou pelo menos um natal nos EUA.
Em Amberline conhecemos rapidamente Justin e sua família que inclui sua mãe e suas irmãs, Cheryl e Brooke, além do filho de Brooke, Owen. A família, que raramente está toda reunida, se encontra para passar mais um natal juntos. Só que desta vez o terror vai muito além de simples desentendimentos familiares e mágoas passadas.
Em meio a assuntos mal-resolvidos e uma tensão crescente no ar, vemos a aparentemente tediosa Amberline, se tornar palco de uma das coisas mais horrendas que eu já li. Não vou revelar sobre o que se trata, seria um spoiler nada legal. Mas apesar de ser um tema que a princípio pode parecer um pouco batido, gostei da forma bastante original com que a autora o desenvolveu.
A história é bastante curta, com só 71 páginas e uma leitura tão fluida que fui capaz der ler em pouquíssimas horas (precisei de uma pausa para o lanchinho, estava com uma fome). E digo que é fluida porque mesmo mesclando o passado e presente, recurso muito bem utilizado para desenvolver os personagens, as coisas não ficam nem um pouco confusas.
Os personagens não foram capazes de ganhar minha simpatia, infelizmente. Brooke é simplesmente irritante demais e talvez eu seja muito mais parecida com Cheryl do que gostaria de admitir, e Justin acabou se tornando neutro demais. Mas só porque não ganharam minha simpatia, não quer dizer que não sejam bem escritos ou que não tenham profundidade. De fato, o elemento mais sensacional da história toda é a profundidade dos questionamentos familiares. Além, é claro, do tom feminista, irônico e bastante ácido que toma conta dos diálogos e principalmente dos pensamentos dos nossos personagens principais.Ela estragara tudo. Ela fora a favorita do pai, mas então deixara de ser no minuto em que aceitara aquele feto crescendo nela; deixara de ser favorita para tornar-se apenas mulher, cometendo erros burros de uma mulher.
Especial Natalino é um belo exemplo onde o fantástico e real se unem para nos entregar uma boa história. Afinal, foi através do inimaginável que Justin, Brooke e Cheryl foram capazes de confrontar sua realidade aterrorizante.
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