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Resenha | E de Extermínio, de Cirilo S. Lemos

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Sinopse: Quando o destino de quem você ama e do seu país está no cano de um rifle, é melhor pensar duas vezes antes de puxar o gatilho. Planos sinistros! Paranormalidade! Ideologias! Clones! Dieselpunk! 
Esse mês recebi um presente muito especial da Editora Draco, o e-book “E de Extermínio”, de Cirilo S. Lemos. Até então não tinha lido muita coisa do autor, somente um conto da coletânea “Imaginários - contos de fantasia, ficção científica e terror Vol. 3″, que conta inclusive com uma história de Eduardo Spohr. A mesma habilidade de Cirilo em criar uma história complexa e ao mesmo tempo bem amarrada, que eu já havia observado quando li o conto “Corre, João, Corre”, se repete nesse incrível e surreal Dieselpunk.

Mas espera, o que é Dieselpunk? Dieselpunk é um subgênero da ficção científica inspirado em steampunk, porém com veículos movidos a diesel, ou qualquer outro tipo de combustível (no steampunk são movidos a vapor). 

Cirilo reconta a história do Brasil de forma ousada e inovadora num mix de elementos steampunk e sobrenaturais. Em “E de Extermínio” o Império se estendeu para o terceiro reinado, mas vem sofrendo com problemas administrativos. O imperador, Dom Pedro III, está à beira da morte e possui somente um herdeiro, que nem mesmo foi apresentado à população. O exercito enxerga nesse momento caótico então uma oportunidade para a aplicação de um golpe de Estado. Através de muita especulação e manipulação, Portásio Vargas - um General que possui traços de Getúlio, Deodoro da Fonseca e Castelo Branco - chega ao poder e assume o governo, mudando assim o rumo do país.

Em E de Extermínio acompanhamos as histórias da família Trovão, que é constituída por: Jeronimo Trovão, os filhos Deuteronômio e Levítico Trovão e a madrasta, Irmã Célia, que tenta manter todos unidos com suas mandingas.

Jerônimo Trovão é um assassino profissional que deseja finalmente lavar o sangue em suas mãos e abandonar a vida de matador, mas que acaba por aceitar um último trabalho: contratado pelo General Vargas e apoiado pelos EUA, ele precisa cometer uma chacina em nome da revolução. 
A Central do Brasil é o símbolo fálico da exploração capitalista. Na parte baixa viaja a massa explorada e empobrecida. Na parte alta, burgueses e sanguessugas vindos pelos ares gozar das delícias do país dos macacos. Revolução já.
Ele e sua família tornam-se de imediato alvo de uma tentativa de queima de arquivo, da qual ele e o filho Deuteronômio escapam graças aos poderes sobrenaturais que possuem. Jerônimo tem visões de uma santa que prevê o futuro e o menino recebe conselhos de um super-herói chamado Democrata (cuja parceira se chama Republicana).

Anos mais tarde, pai e filho voltam a se envolver em conflitos políticos, dessa vez na guerra promovida por Washington contra Vargas que firmou uma aliança com a Alemanha Nazista. A história se completa com elementos como robôs tripulados, freiras fuzileiras, mochilas a jato, belonaves voadoras, clonagem humana e até fuzileiros americanos invadindo Natal.

Confesso que me surpreendi com a qualidade da história: mesmo que a primeira vista possa parecer uma proposta ousada demais, vale a pena. Depois de fazer uma pesquisa sobre o autor, descobri que ele é também historiador, fato que com certeza contribuiu para a construção do cenário do livro.

A capa consegue resumir bastante a essência do livro, com uma incrível ilustração de Ericksama. Além disso, o livro é dividido em duas partes, com uma diagramação é muito bem feita e boa separação de capítulos. O livro quase não possui erros de revisão, deixando a leitura bem tranquila e livre de complicações desnecessárias.

E de Extermínio é uma obra recomendadíssima para quem curte ficção científica e um must read para os fãs de steampunk/dieselpunk. Você pode comprar o livro físico diretamente no site da Editora Draco ou em uma das lojas parceiras, veja mais informações aqui

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